Era uma vez ... _sempre estes termos suaves A começar um conto ou uma história _ Um bando que existia , algumas aves Perdidas na distância da memória .
Viviam sua vida em harmonia Na paz do seu amor e dos seus sonhos E sempre o sol que ao alto refulgia Tornava os seus momentos mais risonhos .
Comiam do que dava a natureza Bebiam dos riachos e dos lagos O trato se fazia na riqueza Que tinham em carinhos, em afagos .
Vizinho ao seu local havia um grupo Mas este, de pessoas, tão diferente... Era constante entre elas o apupo Um som que para o bando era estridente.
Ralhavam por inveja, por cobiça Por terras, por riquezas, por ganância Não raro se envolviam numa liça, As aves as mirando na distância .
Um dia, vendo o grupo, que se espanca _ Queriam a mesma árvore, na cegueira _ Do bando sai uma lesta pomba branca Levando em bico um ramo de oliveira
Todos entenderiam pela certa O gesto da pombinha, perspicaz Que no seu simbolismo era uma oferta, Da árvore em questão, a sua paz .
Contudo alguém gritou ... é estrago, o corte. Quebrou , traz um presente envenenado. E abatendo a ave, dão-lhe a morte, Um crime tão horrendo... tresloucado. _A história vem dum sonho em pequenino, Da arca das memórias ela arranca Quem dera uma mudança no destino... A paz chegasse noutra pomba branca _ !
Primeiro pintar uma gaiola com a porta aberta . Pintar depois , algo de lindo , algo de simples , algo de belo, algo de útil para o pássaro . Depois dependurar a tela numa árvore num jardim , num bosque ou numa floresta . Esconder-se atrás das árvores sem nada dizer , sem se mexer ... Às vezes o pássaro chega logo , mas pode ser também que leve muitos anos para se decidir . Não perder a esperança , esperar esperar se preciso durante anos . A pressa ou a lentidão da chegada do pássaro nada tendo a ver com o sucesso do quadro . Quando o pássaro chegar , se chegar , guardar o mais profundo silêncio . Esperar que o pássaro entre na gaiola e quando já estiver lá dentro fechar lentamente a porta com o pincel . Depois apagar uma a uma todas as grades , tendo o cuidado de não tocar numa única pena do pássaro . Fazer depois o desenho da árvore , escolhendo o mais belo galho para o pássaro . Pintar também a folhagem verde e a frescura do vento , a poeira do sol e o barulho dos insetos pelo capim no calor do verão . E depois esperar que o pássaro queira cantar . Se o pássaro não cantar , mau sinal . Sinal de que o quadro é ruim . Mas se cantar , bom sinal , sinal de que pode assiná-lo .
Então você arranca delicadamente uma das penas do pássaro e escreve seu nome num canto do quadro !